quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Parte VII – Sonho ou Realidade? (b)


Caminhou até a porta e sem pensar saiu. Deu em um corredor estreito e movimentado, de pisos e paredes brancos, repleto de luzes claras, nenhuma das pessoas que passava por ali aparentava estar em mal estado. Não reparou muito em ninguém e, seguindo sua intuição, rumou para um quarto do outro lado do corredor. Sem bater na porta entrou e deu de cara com um quarto semelhante ao que estava, exceto pela luz do sol, que neste não era tão intensa. Thomas, Sara e as outras duas meninas estavam sentadas na mesma cama, próxima à porta, à direita. Todos estavam vestidos normalmente e pareciam estar o esperando.
- Muito bem bela adormecida, já ganhou um beijo foi? – Disse Thomas com ar de escárnio se levantando e indo em direção ao amigo para lhe abraçar. Para a tranqüilidade do rapaz, era a voz de Thomas.
- Caramba, Tom. Quanto tempo se passou? – Respondeu o rapaz abraçando o amigo.
- Como está o coração? – Com as mãos nos ombros do rapaz, perguntou com o semblante sério.
- Como assim? – Retrucou sem mostrar reação alguma a não ser curiosidade.
- Relaxa, as meninas te seguram – Sibilou Thomas percorrendo as garotas com os olhos – Sete dias! – Olhando firmemente nos olhos do rapaz.
- Sete dias... – Sibilou enquanto suas pernas bambearam – Poxa, e o que aconteceu nesses dias todos? – Perguntou procurando apoio e se sentando na cama em frente à deles.
Sara sentou-se na mesma cama que ele e segurou a sua mão. Ele percorreu todos com os olhos esperando alguma reposta, mas parecia que ninguém estava conseguindo.
- Alguém pode me dizer? – Perguntou o rapaz olhando fixamente para Thomas, que já estava sentado na cama da frente.
- Olha Léo – Olhou para baixo – Os médicos disseram que você estava morto quando chegou, mas desde que foi colocado na ambulância eu percebi que estava melhorando, sabe – Ainda sem olhar – Então pedi para que te deixassem no quarto por mais um tempo.
- Como é que é? Eu estava morto? – Levantou a voz e ficou de pé enquanto perguntou.
- Foi o que os médicos disseram Léo, mas eu me responsabilizei desde o princípio por você – Ergueu o rosto com um sorriso e com água nos olhos – Já no segundo dia eles se surpreenderam. Você estava vivo e melhorando.
O rapaz ficou atônito e logo em seguida se pôs a perguntar novamente:
- E o que foi que houve para todo mundo vir parar aqui?
- Você foi fechado por um carro de polícia e trombou de frente com uma carreta, foi um milagre não morrer ninguém – Sibilou olhando para baixo novamente – Pena que queimou até as árvores em volta da pista, então meu pai não vai mais deixar você dirigir o carro dele – Ergueu a cabeça e deu uma gargalhada que foi acompanhada pelos demais.
Ele gargalhou também, mas na sua cabeça, as imagens da loira ainda o perturbavam. A cicatriz no pescoço lhe dava a certeza de que aquilo havia acontecido, mas decidiu não averiguar nada por enquanto, afinal tudo estava bem.

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