quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Marmotagem – Rolando um Perception às Gargalhadas... #tápiorando



Olá caros leitores, como combinado, aqui vai a continuação do post a respeito do RPG que comecei na semana passada. Nesta parte do post eu irei falar mais a respeito do preconceito decorrente da falta de informação que o Hobby superou há um tempo. Lá vai...
Me espanta saber que já chamaram isso de jogo do demônio, dizer que quem joga isso mata pessoas em rituais, justificar o preconceito com frases do tipo “quem quer matar mata, quem quer estuprar estupra”. Eu fico pensando quem foi que começou com isso e imagino situações, por exemplo: Sujeito passa do lado de um bando de gente jogando (a maioria com cara de maluco) e ouve um falando: “... você deu uma machadada na cabeça dele e ele morreu. Agora vocês podem sair do inferno...” (Frase muito comum por sinal). Pronto, tá feita a merda. Na cabeça do sujeito aqueles garotos estavam planejando invocar um demônio das profundezas (será?). Quem melhor que um demônio para ser vilão de histórias de heróis de fantasia? (um anel???)
Alguém pode dizer também sobre casos que sempre apareciam na TV (lá vem a maldita TV de novo) que mataram pessoas após estuprar, usar drogas e talz e as pessoas tinham livros de RPG (PORRA, AS PESSOAS ESTAVAM BÊBADAS, DROGADAS E A CULPA É DE UM LIVRO DE RPG QUE TAVA JUNTO NAS TRALHAS DO CARA???). Quanto a isso vou precisar me controlar um pouco (mais), mas ainda assim mostrarei alguns pontos. O primeiro é que, morte traz audiência, ainda mais se tiver haver com algo que esteja fazendo sucesso (e na época estava). Anunciar que um jogo não tem nada haver com isso não dá audiência alguma, e em todos esses casos o RPG foi inocentado, mas quem é que vai se interessar por isso?. O segundo, em várias outras práticas, como futebol, por exemplo, ébrios, drogados e arruaceiros já causaram, com certeza, muito mais mortes (isso sem contar os desabamentos de estádios) e nem por isso o demônio tomou posse da bola. O meu ponto nessa parte é que não foi o jogador de RPG que cometeu tais barbáries, mas um criminoso que se rendeu às graças desse joguinho, ou um doente mental que decidiu ficar famoso por imitar uma história criativa (alguém de vocês já ouviu falar do caso da menina que matou a avó e o cachorro enquanto estava fantasiada de chapeuzinho vermelho? O pior é que não é mentira).
Em suma, o RPG não tem um assunto central, ele não trata de luta ou de paz, de céu ou de inferno, de bem ou de mal, o objeto do RPG é uma história (e a diversão), sendo ela uma história qualquer. Pode sim ser um bando de assassinos com mais uma missão sanguinária, da mesma forma como pode ser um grande grupo religioso fazendo exorcismo em massa (ou somente o Constantine). Existem vários cenários de RPG, ou seja, histórias prontas preparadas conforme as regras (sim, esta brincadeira tem regras), de vários temas como ação, terror, comédia, mas isso não faz com que essas histórias sejam responsáveis pelos atos de pessoas psicologicamente frágeis. Um sistema de regras não influencia ninguém a praticar qualquer atitude (ou saber que segundo 3D&T uma pessoa normal tem força zero ou um faz com que alguém tente saltar de um prédio?), então um livro de RPG que trate apenas de regras não pode ser responsabilizado por nada. Por outro lado, se um cenário de RPG for responsável por uma atitude qualquer, da mesma forma demais livros e filmes de ficção também devem ser responsabilizados, pois é disso que esse jogo trata, de ficção (tem exceções que me quebram as pernas, como o cara que estava pagando um bilhão para um médico colocar garras como as do Wolverine em suas mãos, só faltava ele pedir para que o médico o fizesse regenerar também). Assim encerro meu terceiro ponto (ou não).
Bom, enfim, o mais importante mesmo é a diversão, haja regra ou não, haja cenário ou não. Mais adiante, nos próximos posts pretendo escrever sobre RPG novamente, mas de uma forma mais light, que este sirva apenas de esclarecimento mesmo. É isso aí!!!
Tenham uma semana maravilhosa...
...aquele abraço...
...Marmota!
Confira na foto abaixo alguns exemplos de jogadores de RPG...


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Marmotagem – Reeducação Postural Global #ounão


Olá queridos leitores do VdU, hoje é uma data rara, um momento especial em que eu sei do que irei falar, mesmo que isso não seja tão relevante assim. Tratarei no post de hoje de um jogo, na minha opinião, interessantíssimo que, injustamente, já sofreu muito com preconceitos ignorantes. Sejam bem vindos ao fantástico mundo do RPG (musiquinha de fundo).
Como de costume, tentarei ao máximo não tocar em pontos saturados por outras fontes que já trataram do assunto e hoje, mais do que nunca, não farei o menor esforço para ser imparcial, porque, obviamente, gosto muito desse Hobby.
Indispensavelmente, a princípio, preciso dizer o que significa RPG, mesmo que esse ponto já esteja saturado. RPG é uma sigla em inglês (Role Playing Game) e significa jogo de interpretação de papéis, e aqui se refere a papéis no sentido mais ligado às funções ou ainda há aqueles que ousam dizer que está mais ligado ao teatro. Pode-se dizer também jogo de interpretação de personagens, o que não faz perder o sentido.
Agora vamos ao RPG, digo, ao texto mesmo. Existem várias formas de se relacionar com esse jogo, entretanto, eu dividi em três, quando se gosta (no meu caso), quando se é indiferente e quando não se gosta e essas podem constar em dois níveis, o do conhecimento e o da ignorância. No nível da ignorância, qualquer forma de se relacionar com o RPG pode ser prejudicial (não que cause alguma doença, mas mal entendidos podem ser piores que muitas doenças), pois você nunca vai saber o que dizer quando lhe perguntarem sobre e também não vai saber direito o que buscar dele. Quanto ao nível do conhecimento, bem, vocês talvez se espantem com a simplicidade, mas nas linhas abaixo constam materiais suficientes para levá-los ao nível do conhecimento (óóó).
O RPG é um jogo que funciona da seguinte forma: Um grupo de pessoas se reúne (pode ser em qualquer lugar, casa, revistarias próprias pra isso, cemitério praça desde que não tenha vergonha do ridículo...). Uma delas decide contar uma história, este é o narrador/mestre (normalmente eu). Cada uma das outras cria um personagem que irá interpretar dentro dessa história (algumas vezes eu). O narrador/mestre continua contando a história interpretando todos os personagens que surgem nela e não pertencem a um dos jogadores, relaciona a história com os personagens dos outros jogadores colocando desafios e etc. (armadilhas, enigmas, monstros, jantares finos). Os demais jogadores interpretam seus personagens tomando as devidas decisões, agindo como se fossem eles (muitas vezes fazendo cagadas coisas engraçadas). O jogo acaba quando todos decidirem parar (olha a decepção).
Pronto, só isso. Sem vencedor, sem perdedor, sem sangue e etc. Assim, creio eu, que as opiniões quanto ao jogo não mudem, mas se esclareçam, podendo o encarar como um Hobby fantástico que desenvolve de forma interessante a imaginação e o raciocínio, servindo também como um rico laboratório para escritores (opinião originalmente do escritor Eduardo Spohr – A Batalha do Apocalipse), sem contar, é claro, que reúne pessoas de verdade (coisa rara nos dias de hoje) para passar boas horas jogando conversa fora, tomando refrigerante enquanto salvam o mundo, matam dragões, saltam de penhascos e por aí vai. É claro, aqueles que não gostam, simplesmente não gostam, mas nem por isso devem atribuir o nosso Hobby ao tinhoso. Se não gosta disso é só observar como é bobo. Viajar em uma história improvisada usando como material livros, dados, papéis...(pera aí, EU estou falando mal de RPG???)
Pronto pessoal, o post ficou grande demais, então a outra parte eu deixo pra semana que vem, um abraço a todos...
...tenham uma ótima semana...
...Marmota!


Agora fiquem com esse videozinho que achei por aí, eu ri muito. É uma espécie de homenagem/sátira dos RPGs online, vulgo MMORPG... The Guild - Do You Wanna Date My Avatar

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Parte V – Embate (a)


Distraído em seus pensamentos, o rapaz não percebeu quando começou, mas chovia torrencialmente e, na estrada deserta entre duas matas fechadas, havia um carro de polícia o seguindo e fazendo sinal para que parasse. Ainda levou alguns segundos para que o rapaz voltasse a si e soubesse o que fazer. Abaixou o volume do som ao passo que diminuía a velocidade do veículo até parar. Sara o fitou com um semblante que mesclava o assustado com o preocupado enquanto o pessoal perguntou o porquê da parada, mas logo perceberam do que se tratava. Abriu o vidro enquanto tranqüilizou a garota com um sorriso discreto e virou o rosto para o lado do vidro que acabara de abrir aguardando a abordagem de um oficial. Uma mulher alta, de cabelos loiros longos e ondulados, de belas formas notáveis mesmo sob o uniforme da polícia militar, um semblante sensual estampado na face alva, aproximou-se do carro e apoiou-se com o braço esquerdo sobre a janela olhando nos olhos do rapaz.
- Boa noite – Sua voz completava o perfil sedutor apresentado por sua aparência – Documentos! – Prosseguiu sem esperar resposta do rapaz atônito.
- Um instante, por favor – Sussurrou o rapaz com voz mais fina que o comum dirigindo-se ao porta-luvas com o intuito de pegar seus documentos.
Em câmera lenta, o rapaz olhou para Sara enquanto abria o porta-luvas e sentiu uma fisgada no peito devido à expressão da garota. Ela mostrava um medo e um terror sem tamanho amuando-se no canto oposto do carro, segurando um grito. Em seguida, o rapaz sentiu uma mão gélida o agarrando pelo pescoço como a presa de uma águia, puxando-o com tamanha violência que foi capaz de arrebentar o cinto de segurança. Ouviu o barulho de vidro se quebrando. Ao passo que o medo do rapaz aumentava uma voz roca e diabólica sussurrava palavras indecifráveis em seus ouvidos. A voz vinha de dentro de sua cabeça. De dentro de seu conturbado coração. Sentiu o mundo girar. Sentiu dor. Uma lâmina fria atravessou seu antebraço esquerdo enquanto estava ainda com os olhos fechados.
- Balzak – A voz sedutora sussurrou no seu ouvido.
Abriu os olhos e sua turva visão o permitiu ver que estava deitado há poucos metros do carro, com a mulher posta com o joelho esquerdo sobre seu peito e um punhal prateado cravado no seu antebraço. Ela sorriu, parecia estar se embriagando com o cheiro de sangue. O rapaz olhou para o carro ouvindo gritos de medo de seus amigos. O pavor e o ódio que estavam tomando conta do rapaz foram interrompidos pela dor de outra punhalada da mulher, esta em seu abdômen. Sentiu mais dor do que imaginava. Fechou os olhos para rezar, para pedir ajuda. Viu novamente a imagem assustadora que o fizera cair no banheiro pela manhã. Permaneceu com os olhos fechados para perceber detalhes da imagem.
Um rosto largo de um homem de barba negra e quadrada, traços fortes, semblante raivoso e dotado de um par de grandes chifres negros curvados para frente tentava falar com o rapaz. O dono da voz roca e diabólica. Cada palavra da face, mesmo que não compreendida faziam o temor e a raiva aumentar assustadoramente no coração do garoto.
Um som alto de freio de caminhão seguido por um estardalhaço de metal e vidro se chocando contra o asfalto. Som de explosão. O rapaz ficava cada vez mais apavorado, dividido entre a preocupação com seus amigos e o pavor terrível de tudo o que estava acontecendo e nada entendia. Sentiu-se sendo jogado várias vezes de um lado para outro, chocando-se a superfícies de todas as espécies, se ferindo ainda mais. O barulho das ferragens se chocando durou um longo tempo, e  foi parando ao passo que o calor aumentava consideravelmente junto do forte cheiro de fumaça que passou a contaminar o lugar.
Ajoelhado no acostamento, abriu os olhos novamente e mais uma vez se assustou com a cena. Do lado oposto da rua, o carro de seu amigo capotado e todos lá dentro feridos, pedindo por ajuda. Mais adiante, na estrada, uma imensa carreta de combustível capotada em chamas formando um “L”. O asfalto todo degradado pelo acidente. Manchas de sangue. Fogo em todos os lugares. A mulher, atrás das chamas da carreta, que erguia mesmo concorrendo com as águas da chuva, manipulava o punhal prateado com a mão direita enquanto mexia nos cabelos com a mão esquerda.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Marmotagem – Me empolguei!


Olá prezados leitores do Vida de Universitário. Em primeiro lugar, preciso pedir desculpas pelo atraso (pela milionésima vez), mesmo na empolgação da volta à vida do blog acabei por perder a noção de tempo e atrasar novamente. Bom, pelo que perceberam, tentarei falar um pouco sobre o poder da empolgação (e tomara que ela tenha mesmo algum poder).

Àqueles que acompanham o futebol, por exemplo, já viram casos de times horríveis ganharem de equipes tradicionais (não citarei nomes) e nos comentários tornar-se comum dizer que tal time estava embalado. Os jogadores do time que perdeu estavam desmotivados ou coisas do gênero (o vulgo mimimi).

Em que nível se encontra a tal da empolgação? No momento em que começamos a querer muito alguma coisa? No decorrer de sucessivos sucessos (não sei se isso faz sentido, mas a sonoridade ficou engraçada) em determinada tarefa? É um processo gradual que aumenta conforme os sucessos vão ocorrendo?

Se tomarmos que a empolgação seja este sentimento motivador que aumenta com a sucessão dos sucessos, onde se encontraria seu início e qual seria sua verdadeira força?

Primeiramente, em se tratando de onde estaria seu início, podemos pensar que a empolgação tenha seu início antes de os sucessos começarem, e se assim o fosse, qualquer motivo para a realização de uma tarefa seria uma empolgação no seu menor grau (por que não né?). Podemos também pensar, que ao nos submetermos a tarefas sucessivas que sejam passíveis de sucesso ou fracasso, nossa motivação se fortaleça com os sucessos das anteriores, e esta empolgação na qual eu tento falar seja nada mais que uma força extra da motivação adquirida através dessa sucessão de sucessos (porque eu tenho vontade de rir sempre que leio essas duas palavras juntas? Será que escrevi uma merda tão grande assim?).

Quanto à segunda pergunta, analisando fatos particulares pode-se perceber que este estímulo que chamei de empolgação já levou indivíduos e equipes muito além do que normalmente chegariam, entretanto em várias vezes essa empolgação encontrou limites, limites estes que, aparentemente, bloquearam esta empolgação e levaram-na ao início, ao ponto em que a mesma estava ainda por nascer.

Levando em conta a “conclusão” a que cheguei de onde estaria o início da empolgação, e que a mesma só tem poder sobre a motivação, é possível pensar que o poder dessa empolgação seja o de elevar ao máximo os efeitos da motivação sobre o sujeito, uma vez que possam haver várias motivações conflitantes e, por vezes, limitem as capacidades do sujeito devido aos próprios conflitos. Esta empolgação faria com que a motivação sobre a qual ela surte efeito se fortalecesse a ponto de ignorar os conflitos, levando o sujeito mais próximo ao máximo de suas capacidades. Dessa forma, o limite que, por vezes, essa empolgação se depara não se encontra dentro do sujeito, mas em uma relação do sujeito e suas capacidades para com o meio com o qual ele se relaciona.

É pessoal, acho que me empolguei demais...

...tenham uma excelente semana, aquele abraço...

...Marmota!


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Marmotagem – Eu realmente preciso parar com isso...

Bom amigos, acho que, a princípio, devo a vocês uma explicação a cerca da última postagem. Bom, eu comecei escrever uma história baseadas nas sessões de RPG que narro e decidi postar aqui no blog para ver qual a reação de vocês. Não tenho muito talento pra coisa, mas seguindo o conselho de um grande escritor chamado Eduardo Spohr (acho que é assim que se escreve o nome dele) estou me utilizando das sessões de RPG como laboratório. Agora, de volta a/ao Vida de Universitário.

Olá prezados leitores, é muito bom estar com vocês aqui novamente e, por maiores que sejam as dificuldades, saber que alguém destina seu precioso tempo para nos prestigiar é um excelente motivo para que continuemos a destinar um pouco do nosso tempo também.

Como sempre, não tenho um objetivo certo, entretanto pretendo falar um pouco a respeito da determinação e da dificuldade em geral. O que pode existir em comum entre o esforço descomunal que faço para acordar às cinco horas da manhã quando o clima está frio e estou sob deliciosas cobertas e o esforço que um atleta de triátlon faz ao cumprir uma prova de setenta e seis dias sem se alimentar? (da onde eu tirei esse exemplo?)

Pode-se pensar a determinação como uma espécie de força capaz de renovar e fortalecer as motivações, deste modo quanto maior a determinação, mais poderosas são as dificuldades que essa determinação é capaz de superar. (digno de subnick do MSN)

Bom, é fácil admitir que, ainda sem contar os concorrentes, esforços físicos fora do comum causam cansaço e isto por si só é uma grande dificuldade, porém o que faz o atleta passar por tais dificuldades talvez seja o desejo do reconhecimento e/ou a gratificação financeira que a prova promove. No meu caso, desde abrir os olhos é uma dificuldade extrema (só eu sei), entretanto, o que me faz superar é o fato de que se eu não fizer, não irei trabalhar e, por conseguinte, não irei receber meu salário, logo, faltará tudo o que dele decorre (não é muita coisa, mas é o essencial).

Por mais que pareça claro, o que busco ainda é o que há, se é que há alguma coisa, em comum entre as diferentes situações em que se pode notar a determinação exceto as motivações. Ou ainda, se há algo em determinadas motivações que façam com que a determinação nelas se manifeste de forma mais clara. (alguém entendeu isso?)

Intuitivamente podemos supor que quanto mais importante é a motivação (e quando cito importante quero dizer com relação aos interesses) maior a determinação que temos com respeito a ela. Se aceitarmos isso, o que decorre é que a determinação, enquanto ainda nesse sentido de força de vontade, é um mero resultado do cálculo das motivações.

Não sei se ficou claro (claro que não, er)... na verdade eu sei, não ficou claro, mas foi a forma mais clara que eu encontrei de tentar dizer isso.

Obrigado pela viagem e pela paciência pessoas...

...uma maravilhosa semana pra vocês...

...Marmota!