quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Marmotagem – A CULPA É SUA QUE FINANCIA ESSA MERDA!!!


Olá caros leitores, hoje farei algo que não estou muito acostumado, mas ainda assim “enfiarei a cara” nisso. Tentarei falar sobre um filme e sua seqüência, os quais eu ousadamente prefiro chamar de Obras de Arte. Irei falar sobre Tropa de Elite e como já estão acostumados, devem presumir que grande parte do que irei dizer eu não faço a menor idéia do porque, apenas acho! Bom, é isso.
Como todos os que assistiram o primeiro filme devem ter percebido, o alvo do filme é a corporação em si (e o alvo do Nascimento é o cenho dos vagabundos), a maneira como é formada para que seja incorruptível mesmo em meio ao forte “sistema” que envolve as demais corporações, a maneira como os soldados devem ser frios no que diz respeito a matar quando se trata de bandidos e tudo o mais.
Analisando o filme do ponto de vista moral temos um terreno extremamente fértil para discussões, como por exemplo, com relação à atitude dos “caveiras”, como são chamados os soldados da corporação, quando ao pôr em prática o que lhes foi passado no treinamento se vêem assassinado aos montes. É trivial encontrar argumentos relacionados aos direitos humanos que ataquem este tipo de comportamento, como dizer que o trabalho da polícia é prender os bandidos e não assassinar seres humanos, ou ainda que tirando vidas esses soldados estariam se igualando aos criminosos e coisas do tipo. Entretanto, é possível defender esse comportamento com base em alguns conceitos schopenhaurianos (ou, quem sabe, com alguns sacos plásticos e um cabo de vassoura).
Uma vez que os bandidos são chamados assim por terem cometido alguma atitude que tenha causado alguma perda a outrem, em termos schopenhaurianos, tenha afirmado sua vontade a ponto de negar a vontade alheia causando assim a injustiça e uma vez que a polícia é a ferramenta que o estado possui para zelar pela segurança e promover a justiça, de acordo com o conceito de justiça de Schopenhauer, em resumo, se um indivíduo afirma sua vontade a ponto de negar a vontade alheia, este por sua vez tem o direito de negar a vontade do primeiro para proteger a afirmação de sua vontade, logo, os soldados estão, em nome da cada indivíduo que teve a sua vontade negada pelos bandidos, quando estão matando-os, negando a vontade deles e assim promovendo a justiça (e seria ótimo se todos nós pudéssemos promover a justiça, como quando aquele babaca liga seu querido smart fone no busão com música ruim e nós pudéssemos estourar seus miolos).
Ainda há mais a se discutir a respeito do primeiro filme como no final, quando o chefe do morro pede para que o soldado não atire no rosto para não “estragar” o velório, uma espécie de cuidado com a imagem perante entes queridos (claro, não se pode acabar denegrindo a imagem de exímio filho da p#t@).
Já o segundo filme, que em grande parte acontece treze anos após o primeiro, desde o início mostra como tema os direitos humanos e o envolvimento da política no sistema, mostrado no primeiro filme com uma perspectiva menor.
Há quem diga que o primeiro foi melhor que o segundo, há quem diga o contrário, e também tem aqueles que acreditam ter sido o primeiro apenas uma “preparação” para o segundo (eu acho um melhor que o outro). Enfim, o fato é que no segundo filme, a corporação fica em segundo plano, sendo um filme com a história mais centrada no capitão Nascimento (o super-herói brasileiro, porque será? Ele mata vagabundo e bate em político...).
Como o primeiro, mas ainda mais rico conceitualmente, o segundo nos fornece um rico e extenso campo para avaliações éticas, como no início, o incidente envolvendo o professor de história, Fraga, e o capitão do BOPE (olance da tangerina é memorável), os diálogos de Nascimento com seu filho no decorrer do filme, as relações de poder que envolvem as milícias e os políticos e por fim a declaração final do capitão Nascimento em parceria com Fraga (borá jogar merda no ventilador).
Não me sinto muito a vontade para argumentar sobre o segundo assim como fiz com o primeiro, mas reconheço que há muito a se discutir e pretendo me empenhar para algo em breve, e vocês meus queridos amigos, podem me ajudar comentando o que quiserem...
...bom pessoal, é isso, um excelente final de semana pra vocês...
...Marmota!

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