quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Parte IV – Calor (b)


Deu uma olhada em volta e notou que apenas os irmãos haviam visto. Levou os talheres até a pia e molhou para que voltassem ao normal. No caminho, pegou outros talheres a fim de conferir se era por causa dele que ficaram daquele jeito, e nesse tempo não ficaram. Ficou pensativo, mas decidiu conferir isso depois. Optou por aproveitar o churrasco até que decidissem ir para o tal parque aquático, quando teria que colocar toda sua capacidade de improvisação e criatividade a prova.
Até o fim da tarde não saíram daquele lugar, ele e a garota conversando sobre todo tipo de assunto, parecendo mesmo se entender. Mesmo no calor que fazia e o rapaz vestido de preto e como estava, além de estar sentado ao lado da churrasqueira, não sentia calor, enquanto a garota falava do calor o tempo todo. Quando já havia escurecido um pouco a garota toca no assunto:
- Leo, olha aqui, acho que o pessoal já ta indo pro parque, a noite é só nossa lá hoje. Você vai como? – Um pouco zonza devido às bebidas da tarde toda a garota convidou às risadas.
- Com o carro do seu Sérgio. O Thomas me emprestou. Você vai no carro com a gente? – Levantando-se e ajudando a garota a se levantar.
- Claro. Dirigir é que eu não vou nessa situação né! – Caiu na risada sendo sustentada pelo rapaz.
Caminharam juntos até fora do quintal da casa rumo ao carro, encontrando-se com Thomas e as outras duas amigas no caminho, indo todos juntos até o carro.
- Sara... Sara... Sara você vai na frente... vai na frente tá... – Dizia, entre os soluços, Thomas, após passar um pouco de seu limite, referindo-se à garota que acompanhava seu amigo, enquanto era carregado pelas outras duas garotas.
- Tá bem, tá bem, entrem aí pessoal. – Orientou o garoto, enquanto desarmava o alarme do fusion preto estacionado há poucos metros deles.
Ligou o carro e abriu o capô. Todos estavam esperando ansiosos dentro do carro quando ele saiu deixando a porta aberta. Deu a volta e foi até a frente do carro terminando de abrir. Pensou um pouco e olhou para os lados para conferir se ninguém estaria olhando. Colocou a mão no motor e deixou por um tempo. Não sentiu dor alguma. Sentia o calor extremo, mas aquilo não o machucava. Novamente pensativo, fechou o capô e voltou para o carro. Ligou o som e finalmente partiu para o parque aquático, animando o pessoal com a música que todos gostavam. Distraindo eles, o rapaz teria tempo para refletir.

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